🦷 Alteração de Fenótipo Periodontal: Diagnóstico, Importância Clínica e Abordagens Terapêuticas
- Arua Dagnone
- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Na odontologia moderna, o conhecimento do fenótipo periodontal é essencial em diversas especialidades. Seja na periodontia, na odontologia restauradora, na prótese ou na implantodontia, compreender as características gengivais do paciente é determinante para o sucesso clínico e estético dos tratamentos.
📌 O que é o Fenótipo Periodontal?
O termo fenótipo periodontal refere-se à combinação entre:
A espessura do tecido gengival
A largura de tecido queratinizado
A morfologia óssea subjacente
Atualmente, reconhecemos três padrões principais de fenótipo gengival:
✅ Fino festonado – gengiva delgada e altamente contornada, com papilas longas e pontiagudas. Maior risco de recessão gengival.✅ Espesso reto – gengiva plana, volumosa e resistente, com boa estabilidade clínica.✅ Espesso festonado – gengiva espessa, mas com contornos acentuados e festonados.

⚠️ Por que o Fenótipo Fino é um Risco?
Pacientes com fenótipo fino apresentam maior instabilidade da margem gengival. Quando há inflamação (mesmo discreta), esse tecido tem maior chance de sofrer recessões gengivais espontâneas, principalmente após escovação traumática ou tratamentos restauradores.
Segundo Kim et al. (2020), indivíduos com gengiva delgada têm maior prevalência e severidade de recessões, mesmo com boa higiene bucal.
🔬 Como Diagnosticar o Fenótipo Periodontal?
Os métodos mais utilizados na clínica são:
Sondagem transpapilar com sonda periodontal
Ultrassonografia
Tomografia computadorizada (CBCT) com afastamento labial
💡 A combinação entre CBCT com afastamento labial + sondagem é hoje considerada a mais precisa para avaliar o fenótipo periodontal e o contorno ósseo vestibular (Cortellini & Bissada, 2018).
📚 Evidências Científicas Atualizadas
Estudos recentes reforçam a importância do diagnóstico do fenótipo:
📌 A Revisão sistemática em rede de Tavelli et al. (2020) concluiu que pacientes com fenótipo gengival espesso têm maior estabilidade óssea marginal e melhor saúde periodontal a longo prazo.
📌 Já Barootchi et al. (2020) demonstraram que o aumento da espessura gengival está associado à redução no risco de novas recessões e melhor adaptação tecidual em reabilitações.
💉 Como Modificar o Fenótipo Gengival?
Quando o fenótipo fino é um fator de risco estético ou funcional, é possível modificá-lo cirurgicamente. A melhor abordagem, segundo a literatura, continua sendo:
✅ Enxerto de Tecido Conjuntivo Autógeno (CTG)📈 Resultados previsíveis🦷 Aumenta espessura e largura de tecido queratinizado📏 Reduz risco de recessões futuras🏆 Padrão-ouro para modificação de fenótipo
Outras opções incluem matrizes colágenas e derme acelular, mas nenhuma supera os resultados do conjuntivo autógeno.
✅ Conclusão
O fenótipo periodontal impacta diretamente a longevidade dos tratamentos odontológicos. Investir em diagnóstico de qualidade e, quando indicado, realizar a modificação do fenótipo com enxerto conjuntivo pode garantir:
✨ Mais estabilidade tecidual🛡️ Menor risco de recessão🎯 Maior previsibilidade estética e funcional
📖 Referências (formato ABNT)
KIM, D. M. et al. Effect of gingival phenotype on the maintenance of periodontal health: An American Academy of Periodontology best evidence review. Journal of Periodontology, v. 91, p. 311–338, 2020. DOI: 10.1002/JPER.19-0337.
CORTELLINI, P.; BISSADA, N. F. Mucogingival conditions in the natural dentition: Narrative review, case definitions, and diagnostic considerations. Journal of Periodontology, v. 89 Suppl 1, p. S204–S213, 2018.
TAVELLI, L. et al. Peri‐implant soft tissue phenotype modification and its impact on peri‐implant health: A systematic review and network meta‐analysis. Journal of Periodontology, 2020. DOI: 10.1002/JPER.19-0716.
BAROOTCHI, S. et al. Gingival phenotype modification therapies on natural teeth: A network meta-analysis. Journal of Periodontology, 2020. DOI: 10.1002/JPER.19-0715.
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